Vocação humana: Chamado Divino

Vocação é um termo derivado do verbo no latim "vocare" que significa "chamar". A vocação é uma inclinação para exercer uma determinada profissão ou um talento. E não somente isso, a vocação primeira de todo ser humano é a vida. Vocação esta, que nos faz lembrar-se da linda percepção do chamado de Deus pelo profeta Jeremias: “Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te escolhi; antes que viesses ao mundo, Eu te separei e te designei para a missão de profeta para as nações!”(Jr 1,5). Muitos, às vezes, pelas situações da vida, sofrimento, dor, perda de alguém que ama ou pelos momentos difíceis brigam ou se lamentam com Deus por causa de simplesmente existirem. “Porque eu existo?”, “Não pedi pra nascer!”, são algumas das perguntas e afirmações que fazem quem esta nesse processo de vida, principalmente os jovens. Contudo, o profeta Jeremias também se lamentava de sua vida com Deus, por causa das suas contradições na vida. Porém, ele soube ouvir a voz de Deus em sua vida e soube dar razão ao seu chamado. É verdade que tentou esquivar-se de sua missão, assim como muitos de nós fazemos.  “E eu respondi: Ah! Senhor JAVÉ, eu nem sei falar, pois que sou apenas uma criança. Replicou, porém o Senhor: Não digas: Sou apenas uma criança: porquanto irás procurar todos aqueles aos quais te enviar, e a eles dirás o que eu te ordenar.” (Jr 1,6-7). Além do chamado a vida, Deus no chama para missão no seu Reino como chamou os profetas. O Matrimônio também é uma vocação que completa o ser humano, nisso o catecismo da Igreja nos diz: “A vocação da humanidade é manifestar a imagem de Deus e ser transformada à imagem do Filho único do Pai. Esta vocação reveste-se de uma forma pessoal, pois cada um é chamado a entrar na bem-aventurança divina. Mas diz também respeito ao conjunto da comunidade humana. Todos os homens são chamados ao mesmo fim, que é o próprio Deus. Existe uma certa semelhança entre a unidade das pessoas divinas e a fraternidade que os homens devem instaurar entre si, na verdade e no amor. O amor ao próximo é inseparável do amor a Deus. A pessoa humana tem necessidade da vida social. Esta não constitui para ela algo de acessório, mas uma exigência da sua natureza. Graças ao contato com os demais, ao serviço mútuo e ao diálogo com os seus irmãos, o homem desenvolve as suas capacidades, e assim responde à sua vocação.”(CIC 1877-1879). As vocações religiosas e sacerdotais são chamados específicos para desempenhar uma função diante de Deus e da Igreja. Contudo, o sacerdote sai do meio do povo, mas volta para o povo de Deus então a comunidade se torna sua família. A vocação para uma profissão também dignifica o ser humano para torná-lo pleno, satisfazer os anseios de sua alma, ajudando a crescer como pessoa humana. Existem vários tipos de vocações, mas, em especial, tem uma a qual todo ser humano deve responder: o chamado a participar da vida em Deus. O Senhor nunca nos cansa de chama-nos, mas em contrapartida será que realmente estamos respondendo este chamado de Deus?

Por Padre Daniel Roberto da Silva

Testemunho de Vida da Madre Canossiana Maria Antonia Fernandes Lima

Maria Antonia Fernandes Lima, a irmã Antonia, professou votos perpétuos em 10 de Janeiro de 2010. Está há 15 em Araras, nasceu na Barra do Corda-MA. Tem 7 irmãos e antes de se decidir ser uma religiosa, sonhava seguir carreira na Aeronáutica. Com 8 anos, foi morar em Imperatriz no Maranhão e ali conheceu as irmãs Canossianas. Iniciou sua caminhada na Comunidade. Fez a Primeira Eucaristia, Crisma e foi Catequista. Tocava violão e teclado nas celebrações, lecionou em escola pública e alfabetizou Jovens e Adultos no MEB - Movimento de Educação de Base. Participou da Pastoral da Juventude e aos 19 anos foi convidada a participar do grupo vocacional das irmãs.
A primeira coisa que a levou à escolha de se tornar religiosa foi a sua família que a ensinou quem é Deus, depois a participação na comunidade, ver e ajudar nas necessidades, a fez perceber a vida de modo diferente, ser útil. Escolheu a congregação Canossiana porque a congregação olha a pessoa como um todo através da Educação, da Evangelização e da Assistência a quem sofre. Entrou para o convento com 23 anos.
Ao entrar para o convento, a religiosa canossiana, primeiramente, passa pelas etapas de formação: Aspirantado, onde se conhece mais a vida das irmãs, podendo expressar, assim, o desejo de viver como elas; após, o Postulantado, tempo onde se aprofunda o conhecimento de si e da própria história; após, o Noviciado, tempo de mais oração, conhecimento da fundadora da congregação (Santa Madalena de Canossa), a Regra de Vida e o espírito da Congregação. Irmã Antonia acha muito importante os seus votos perpétuos, pois se trata de decidir para sempre seguir Cristo escolhendo fazer o bem às pessoas; colocando para sempre a vida disponível a serviço principalmente dos que mais precisam; dizendo SIM para sempre como Filha da Caridade Canossiana! Faz apelo às meninas que sentem o desejo de se tornarem religiosas: que venham conhecer as Canossianas, pois “a vida religiosa é bela e faz a gente feliz”.
Entrevista concedida pela irmã Antonia para Heloisa Chicone Maria na ocasião de seus votos perpétuos.


Como viver bem a nossa Vocação

Muitas vezes ouvimos falar em vocação e pensamos que  vocação é aquilo que as pessoas ainda vão exercer em algum momento em suas vidas .Mas, para nós Cristãos que vivemos em comunidade,  podemos ir além deste pensamento.  Nós temos espaços em nossa igreja onde podemos exercer a  nossa vocação, participando das atividades e pastorais no dia a dia. E como membros leigos da igreja, podemos contribuir muito com a nossa presença  nas pastorais e movimentos, sempre buscando trazer nossos irmãos para o caminho de Cristo. Por isso irmãos e irmãs, procurem saber qual sua verdadeira vocação, e com Certeza nosso Deus irá nos conceder ótimos dias para vive-la da melhor maneira possível.  
Por Eder Muller

Dogmas Marianos - A Assunção de Maria

Os Dogmas são “luzes no caminho da nossa fé, que o iluminam e tornam seguro” (Catecismo da Igreja Católica nº 88). São definidos pelo Magistério da Igreja, em determinados contextos históricos em que há dúvidas e sombras na interpretação de dados importantes da fé cristã. Não se trata de algo estático, pois é preciso aprofundá-los, reinterpreta-los em cada novo contexto, na fidelidade ao Espírito que anima a Igreja. São proclamados em vista de uma resposta de fé mais plena ao dom da salvação em Cristo. São quatro os Dogmas marianos: Maternidade divina, Virgindade de Maria, Imaculada Conceição de Maria e Assunção de Maria, a qual iremos conhecer neste artigo.
 A tradição da Igreja, os santos Padres e o Povo de Deus sempre acreditaram que Maria, criatura isenta de todo pecado, intimamente associada ao plano da redenção, como mãe do Filho de Deus, viveu na fidelidade ao amor e que seu corpo ressuscitado foi assumido em Deus, antecipando a ressurreição dos cristãos. O Catecismo da Igreja Católica, nº 966, afirma “A Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminando o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”.
A definição dogmática se deu em 01 de Novembro do ano de 1950, feita pelo Papa Pio XII, que logo após sua eleição manifestou como um dos seus objetivos mais importantes, definir o dogma da Assunção de Maria, assim, com a constituição Apostólica Munificentissimus Deus (“ Deus muito generoso”), o Santo Padre definiu  Ex Cathedra, o dogma da “Assunção da Virgem Maria aos céus, em corpo e alma.” Não há relato bíblico sobre a morte de Maria, não há restos mortais seus. Porém, desde o século IV, no Oriente, celebra-se a festa da “dormição” de Maria. No Concilio Vaticano   I (1869-1871), houve um pedido para que fosse definido o dogma, e em seguida, muitas manifestações populares, com abaixo –assinado e petições, foram feitas ao Papa. Assumida por Deus na eternidade, o corpo ressuscitado de Maria está em Deus assim como um dia estaremos todos os que ainda peregrinamos. A Solenidade da Assunção de Maria, celebrada no dia 15 de agosto no Brasil, ou  no domingo após o dia 15, quando este não cair em domingo, enche-nos de esperança ativa. Faz-nos seguir as pegadas de Jesus na construção de um mundo justo e feliz, aqui e agora, para gozar depois, um dia, o reino definitivo de que Maria já participa de onde intercede por nós.
Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Fonte : Revista Ecoando Ano XI Nº 43
Por Isabel Ponte Pegoraro

Reflexão - A Agulha e a linha

Um conto dos padres do deserto diz que certo monge, vendo a morte chegar, pediu aos seus companheiros a chave do céu: queria morrer agarrado a ela. Um companheiro saiu correndo e lhe trouxe a Bíblia, mas não era isso que o agonizante queria. Outro teve a idéia de trazer a chave do sacrário, também não deu certo. Foi então que alguém que conhecia melhor o doente foi buscar agulha e linha. Agarrado a esses objetos prosaicos, o irmão passou mais tranqüilo para a vida eterna. Era alfaiate da comunidade: sua chave para o céu era a atividade diária, carinhosamente realizava para servir aos seus irmãos.
A historinha nos leva a entender que o trabalho cotidiano do monge foi a sua verdadeira chave para entrar no céu. Com certeza, ele também devia ter rezado muito, meditado bastante, talvez jejuado nos dias certos e cultivado algumas dezenas de outras virtudes. No entanto, ele sabia muito bem que tudo dependia de como ele havia exercido o seu maior serviço na comunidade.
O caminho da santidade pode passar por momentos extraordinários, gestos de heroísmo, façanhas memoráveis; porém, passa, em primeiro lugar, por aquilo que fazemos bem ou mal no dia a dia. (autor desconhecido)